O Catecismo da Igreja Católica, embora não explicite essa expressão, nos apresenta algumas luzes para a entendermos. No parágrafo 1080, por exemplo, lemos que “Desde o começo, Deus abençoa os seres vivos, especialmente o homem e a mulher. A Aliança com Noé e com todos os seres animados renova esta bênção de fecundidade, apesar do pecado do homem, por causa do qual a terra é ‘amaldiçoada’. Mas é a partir de Abraão que a bênção divina penetra a história dos homens, que caminhava para a morte, para fazê-la retornar à vida, à sua fonte: pela fé do ‘pai dos crentes’ que acolhe a bênção, inaugura-se a história da salvação”.
O parágrafo 431 do Catecismo situa Israel na história da salvação. Nesse parágrafo encontramos que “Na História da Salvação, Deus não se contentou em libertar Israel da ‘casa da escravidão’ (Dt 5,6), fazendo-o sair do Egito. Salva-o também de seu pecado. Por ser o pecado sempre uma ofensa feita a Deus (cf. Sl 51,6), só ele pode perdoá-lo (cf. Sl 51,11). Por isso Israel, tomando consciência cada vez mais clara da universalidade do pecado, não poderá mais procurar a salvação a não ser na invocação do Nome do Deus Redentor (cf. Sl 79,9).
Sobre o papel de Jesus na história da salvação, no parágrafo 430 do Catecismo lemos que o nome “Jesus quer dizer, em hebraico, ‘Deus salva’. No momento da Anunciação, o anjo Gabriel dá-lhe como nome próprio o nome de Jesus, que exprime ao mesmo tempo sua identidade e missão. Uma vez que ‘só Deus pode perdoar os pecados’ (Mc 2,7), é Ele [Deus] que, em Jesus, seu Filho eterno feito homem, ‘salvará seu povo dos pecados’(Mt 1,21). Em Jesus, portanto, Deus recapitula toda a sua história de salvação em favor dos homens”.
A respeito da liturgia e sua relação com a história da salvação, o parágrafo 1103 do Catecismo da Igreja Católica ensina que “A celebração litúrgica refere-se sempre às intervenções salvíficas de Deus na história. ‘A economia da revelação concretiza-se por meio das ações e das palavras intimamente interligadas. (...) As palavras proclamam as obras e elucidam o mistério nele contido’. Na liturgia da palavra, o Espírito Santo ‘recorda’ à assembléia tudo o que Cristo fez por nós. Segundo a natureza das ações litúrgicas e as tradições rituais das Igrejas, uma celebração ‘faz memória’ das maravilhas de Deus (...)”.
Um papel importante na história da salvação têm os anjos, conforme nos ensina o Catecismo, no parágrafo 332: os anjos “aí estão desde a criação (cf. Jó 38,7, onde os anjos são chamados “filhos de Deus”) e ao longo de toda a História da Salvação, anunciando de longe ou de perto esta salvação e servindo ao desígnio divino de sua realização: fecham o paraíso terrestre (cf. Gn 3,24), protegem Lot (cf. Gn 19), salvam Agar e seu filho (cf Gn 21,17), seguram a mão de Abraão (cf. Gn 22,11), comunicam a lei por seu ministério (cf. At 7,53), conduzem o povo de Deus (cf. Ex, 23,20-23), anunciam nascimentos (cf. Jz 13) e vocações (cf. Jz 6,11-24; Is 6,6), assistem os profetas (cf. 1Rs 19,5), para citarmos apenas alguns exemplos. Finalmente, é o anjo Gabriel que anuncia o nascimento do Precursor e do próprio Jesus (cf. Lc 1,11-26)”.
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