A pessoa que abortou e já se confessou pode comungar?

.

R.: O pecado do aborto é considerado gravíssimo porque não só ceifa a vida de um ser humano antes mesmo que se complete a sua formação, mas porque é provocado por quem deveria ser fonte de vida, no caso, a mãe. É tão grave este pecado, que o Direito Canônico determina que a confissão só pode ser ouvida e a absolvição dada pelo bispo, ou aos sacerdotes a quem o bispo delegar especificamente.
A pessoa que pratica o aborto — seja a mãe ou qualquer pessoa que a tenha auxiliado — coloca-se imediatamente fora da comunhão com a Igreja e, portanto, deve-se afastar de todos os sacramentos, até que se reconcilie por meio da confissão auricular, ou seja, diretamente com o bispo ou com o sacerdote a quem foi delegado o poder de confessar e absolver este pecado. Assim, não vale, de maneira alguma, a confissão comunitária para o caso de aborto.
E, na confissão, não basta apenas narrar o pecado. Como em qualquer confissão, de qualquer pecado, exige-se que se tenha concretizado o pecado, que se esteja profundamente arrependido e que, no momento da confissão se tenha o propósito de nunca mais cometê-lo. No caso do aborto, para que o penitente sinta mais profundamente o perdão de Deus, pede-se, como satisfação (chamada antigamente de penitência) que se realize atos concretos de reparação do mal realizado, como, por exemplo, dar a assistência e o amor que seria dado ao filho abortado a uma criança carente até que ela alcance a maioridade.
Após a confissão pessoal e auricular e a absolvição, a pessoa que praticou o aborto pode voltar à comunhão.

Nenhum comentário: