A palavra “apócrifo” vem do grego e significa “escondido”, “secreto”, e daí, “não autêntico”. Esse termo foi utilizado pela Igreja para designar escritos suspeitos de heresia e não de acordo com o ensinamento oficial; portanto, não recomendáveis para a leitura litúrgica. No entanto, já no judaísmo, havia a canonização de livros e a exclusão de outros da liturgia. Os chamados “evangelhos apócrifos” pretendem preencher a vida de Jesus, de Maria e de José com narrativas fantásticas e irreais, acrescentando dados e fatos ausentes nos evangelhos canônicos. São dezenas os evangelhos considerados apócrifos. Essa literatura tem importância, pois mostra a grande diversidade da pregação cristã nos primeiros séculos. O valor histórico é praticamente nulo, mas esses textos permitem ao homem de hoje ter um contato direto com os sentimentos, os estados de ânimo, as reações, as ânsias e os ideais de muitos cristãos do Oriente e do Ocidente, revelando, ainda, as tendências e as correntes morais e religiosas de muitas igrejas.
Quanto a Maria Madalena, sem dúvida ela teve uma grande importância como discípula de Jesus, inclusive merecendo dele uma aparição particular. No entanto, a partir da Sagrada Escritura, não se pode afirmar que ela tenha sido “apóstola”, pois deste grupo de 12 pessoas, escolhidas entre os inúmeros discípulos de Jesus, não consta Maria Madalena. Há suposições muitas vezes especulativas a respeito disso e de uma divergência entre Pedro e Madalena. Uma coisa poderíamos afirmar com certeza: o seu papel foi minimizado pela Igreja. Sobre os outros pontos, não há base documental para a afirmação, apenas especulação.
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