Uma ouvinte pergunta quais são os critérios que levam várias datas litúrgicas serem móveis, como por exemplo, a Páscoa, a Quaresma, o Carnaval; e também o contrário, a haver datas fixas, como por exemplo, o Natal.



maioria das festas móveis da nossa igreja dependem da data da Páscoa, que também é móvel. Conforme a Sagrada Escritura, Jesus ressuscitou na Páscoa judaica, o que fez com que a Igreja, no Concílio de Nicéia, em 325, decidisse conservar para a Páscoa cristã o modo de contar dos judeus. No entanto, entre o ano lunar, que eles seguem, e o ano solar, que nós seguimos, existe uma diferença de dias, que obriga a festa da Páscoa oscilar entre 22 de março e 25 de abril. Embora seja complicado para nós entendermos, a Páscoa cristã é celebrada no domingo que segue a lua cheia depois do equinócio de primavera (no hemisfério norte). Neste ano de 2005, por exemplo, essa lua cheia acontece na sexta-feira, dia 25 de março; o domingo seguinte é dia 27 de março, quando será celebrada a Páscoa cristã.
         O ano litúrgico é o desdobramento dos diversos aspectos do único mistério pascal. Assim, a partir da definição do dia da Páscoa, contamos dias para trás ou para frente a fim de definirmos as demais festas móveis que dependem desse dia: início da Quaresma, Pentecostes, etc.
         Quanto ao Natal, embora a Sagrada Escritura não mencione o dia em que Jesus nasceu, a Igreja definiu e convencionou a data de 25 de dezembro, através da cristianização, no século IV, de uma festa pagã, a festa do Sol Invictus, que caracteriza o solstício de inverno (também no hemisfério norte). No calendário romano, essa festa pagã caía na noite de 24 para 25 de dezembro. Ao cristianizar essa festa de origem egípcia, a Igreja quis afirmar a todo o Império Romano que assumia o cristianismo como religião oficial, que Jesus é a única e verdadeira luz do mundo, o “sol nascente que nos veio visitar” (Lc 1,78).

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