Um ouvinte pergunta se São Sebastião morreu flechado.
Sebastião foi
um soldado romano que sofreu o martírio no ano 287, ficando para a tradição
cristã como exemplo de soldado fiel à sua fé, como o era à sua farda. Vivendo
na segunda metade do século III, foi transferido de Milão para Roma devido a
seu valor e fidelidade, onde se tornou capitão da guarda pessoal do imperador
Dioclesiano.
Por essa
época, o Império Romano estava em decadência. O imperador achava que uma
reforma moral só seria possível se todos voltassem a adorar os deuses romanos,
passando, assim, a perseguir cruelmente o cristianismo com o objetivo de
aniquilá-lo. Como conseqüência, os cristãos perderam todos os seus direitos e
cargos públicos, sendo considerados indignos para o serviço militar; foram
ainda proibidos de se reunir e tiveram os lugares de culto destruídos, além de
confiscadas as propriedades eclesiais e privadas.
Aproveitando
sua condição de capitão da guarda do imperador, Sebastião protegia e confortava
os cristãos denunciados ou condenados à morte. Identificado como cristão e
denunciado ao imperador, foi preso e forçado a renunciar à sua fé. O próprio
imperador Dioclesiano, que gostava muito de Sebastião, tudo fez para
convencê-lo a abandonar a fé em Jesus Cristo. No entanto, todas as
argumentações e tentativas do imperador foram inúteis diante da firme vontade
do soldado cristão.
Destituído de
sua função de oficial, Sebastião foi entregue a um pelotão de soldados, que o
despiram, amarraram a uma árvore, alvejaram-no com flechas e o abandonaram,
julgando-o morto. É esta a imagem venerada por milhões de cristãos em todo o
mundo. Mas sua vida e sua história não terminam aí.
À noite, a
viúva do mártir Castulo foi ao local para tirar o corpo de Sebastião e
enterrá-lo. Mas, lá chegando, encontrou-o vivo. Levou-o ocultamente para sua
casa e cuidou dos ferimentos até que Sebastião recuperou-se.
Já curado, ao
invés de fugir ou esconder-se, Sebastião foi procurar o imperador e o acusou
pelas graves injustiças na condenação de inocentes. Enfurecido, Dioclesiano
ordenou novamente que levassem Sebastião ao lugar do martírio e lá o matassem a
pauladas, tendo absoluta certeza de sua morte. Seu corpo foi atirado a um
esgoto imundo, de onde foi retirado por Santa Irene, que o sepultou dignamente.
Assim, embora a imagem tradicional de São Sebastião o represente amarrado a um
tronco e varado de flechas, ele morreu espancado.
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